
Naquela noite as horas passaram lentas, vagas e vazias, ela deitada na cama do quarto com a mala fechada e o passaporte em mãos. O que ela não contava é que em uma casa não muito longe dali alguém sofria junto com ela, porque jamais esperou que seria pra valer, ele a ouviu falar da tal viajem, mas nunca achou que ela chegaria tão já, num momento tão bom como era o agora.
Amanheceu o novo dia, com ele trouxe as lágrimas de alegria porque o bom filho um dia a casa torna
No portão de embarque ouço a primeira chamada do meu voou, olhos atentos esperando de mim uma reação imediata, já que eu era aquela que fazia o momento acontecer. Nesse dia não. Naquele momento eu me rendi as lágrimas e deixei o momento escapar, meus amigos viram meu ato de entrega e de quase desistência, tomaram rápida a atitude de me acolher em seus braços, tornando distante a idéia de que o amor se rendia somente a presença.
Se dirigimos então ao portão de embarque, e fui me despedindo de cada um com um caloroso abraço, um sorriso que se via a quilômetros dali. Nele não, nele eu esperava um beijo caloroso, o final de filme, a cena explicita e proibida. Não, foi um simples abraço, como se ele tivesse a total convicção de que eu eu voltaria
O avião decolou..E eu jamais voltei.